domingo, 25 de julho de 2010

da história ao curta: equipamento

Pois bem, tenho um roteiro inacabado de 20 páginas e quero muito filmá-lo. O problema é que escrevi pensando na verba das leis de incentivo à cultura. A idéia é dar uma polida nele, melhorar um tanto de coisas e mandar bala em busca de patrocínio e incentivos fiscais. Como são prêmios que bancam a produção, pude pensar em situações um pouco complexas, que dariam para chamar uma equipe ideal, atores, figurantes, equipamentos e pagar todo mundo. Seria o sonho de qualquer um que deseja fazer um curta.
Enquanto esse meu Projeto Hollywood não acontece, quero fazer outros curtas. Primeiro porque gosto mesmo, tesão pela coisa, segundo porque preciso praticar mais. Ficar sem filmar é chato. O desafio será fazer isso com pouco recurso.
Há algum tempo pesquiso sobre equipamentos e acho que até o fim do ano vai dar para brincar. As câmeras estão com um preço bem acessível e a qualidade é muito boa. Os outros requisitos básicos de equipamentos são: iluminação, som e edição. Vamos por partes.
Câmera. Quem é do meio sabe da maravilha que é a Canon 5D Mark II. Ela é uma câmera fotográfica full frame que filma em full HD. Se você não faz idéia do que quer dizer isso, saiba que a coisa é boa. O último episódio da série House foi filmado com ela. É a queridinha do momento, utilizada em vários comerciais. A grande vantagem é o preço: $ 2,500. Claro que dois mil e quinhentos doletas não são para qualquer um, mas pensando em equipamento profissional, é barato. A melhor notícia é que, para os mortais também há opção. A Canon T2i também filma em full HD, não é full frame, mas é boa. Preço: $ 800. Bem mais viável, heim.

Mas porque estou falando de câmeras fotográficas e não das câmeras de vídeo que também filmam em full HD? Simples: profundidade de campo. As câmeras de vídeo que não são profissionais não possibilitam a troca de lentes, o que faz toda a diferença. As lentes (essas sim, não são baratas, mas valem a pena), só para ficar no mais básico, permitem desfocar o fundo da cena, priorizando o foco no "assunto". Sem falar no controle do ISO, shutter e diafragma, que só as câmeras de vídeo profissionais possuem. Quem não conhece muito bem esses conceitos, aconselho fazer cursos de fotografia e ler muito sobre o assunto. Meu site preferido para o básico de fotografia é o 'dicas de fotografia'.
Iluminação. Se for filmar em ambientes com pouca luz, aconselha-se pelo menos um fresnel de 1000w e dois de 500w. Mas tudo depende. Depende da câmera, do que você deseja e da grana, principalmente. No lendário filme 'O Mariachi', o diretor Robert Rodriguez usou apenas um refletor bem simples para as cenas internas, sendo quase a totalidade do filme em ambiente externo durante o dia, e todo mundo sabe que não há luz que se compare com a do Sol. No meu caso, pretendo conseguir os refletores com parceiros. Alguns lugares alugam. Esse filme do Rodriguez é bem conhecido por ser feito com pouco dinheiro: $ 7,000. Uma proeza pelo resultado.


Som. Esse fator vem me atormentando por um tempo. Se tem uma coisa pior do que fotografia ruim em filme é o som ruim. Para captar os diálogos dos atores, é obrigatório o uso de um microfone shotgun, aqueles que se coloca na vara boom. Se somente uma pessoa estiver falando, pode-se usar um mic de lapela, mas tem que ser dos bons. Outro recurso utilizado é colocar as falas depois, na pós-produção. Estou de olho no gravador digital Zoom H4n. É um ótimo gravador que possui entrada para os microfones. Há kits com microfones shotgun e boom de variados preços. O Sennheiser ME66/K6 é uma opção de qualidade por um preço bom.

 Edição. Disso eu não tenho o que dizer a não ser sentar na cadeira e praticar. Se puder fazer aulas, ótimo, mas para filmes que não requerem um tratamento mais complexo, dá para se virar, afinal, nos filmes convencionais, o que se usa são cortes secos, uma ou outra transição e outras ferramentas básicas, como mudança de cor, brilho, contraste e caracteres. O que vale de verdade é a sensibilidade na hora de montar. Se for fazer efeitos especiais, aí é outra história. Gosto do Sony Vegas e do Adobe Premiere para edição, sendo que o primeiro é mais intuitivo e fácil de usar do que o segundo, mas não menos profissional, como muitos dizem. O Final Cut é para quem edita no Mac. Para efeitos, só tenho contato com o Adobe After Effects. A configuração mínima do computador que recomendo é 2 Gb de memória, processador Core 2 Duo e 200 Gb de HD. Dá para rodar com menos do que isso, mas nessa configuração é mais tranqüilo.
Nos próximos posts escreverei sobre as outras etapas de um filme. Até.