terça-feira, 16 de novembro de 2010

demora e falando sobre filmes

Putz, preciso atualizar isso aqui. Xô preguiça!!!

No post anterior disse que escreveria sobre as etapas de produção. Só que enrolei tanto que agora me deu vontade de escrever sobre filmes. Prometo que depois falo sobre produção.

Filme de hoje: 'Gênio Indomável' (Good Will Hunting)

A intenção aqui não é fazer um resumo do filme ou uma crítica parecida com as de jornais e revistas, mesmo porque nem sei se sei fazer isso. São apenas curiosidades que me chamam a atenção em um ou outro filme.

Nesse caso, reassistindo o filme depois de vários anos, me toquei que foi nele que tive a primeira percepção do que depois descobri que se chamaria 'plano sequência'. O plano sequência, como o nome diz, é quando se filma uma sequência de planos sem haver cortes.

Normalmente, os planos são filmados em poucos segundos para dar mais agilidade na cena. O personagem X fala, corta para Y, volta para X, mostra qualquer outro plano (geral, detalhe, médio, qualquer que seja). Usa-se travellings, movimento de pan, tilt, grua... tudo para dar ritmo à trama.

Já o plano sequência não faz esses cortes. Na minha opinião, ele é feito para que o expectador tenha um tempo de prestar atenção no contexto em que se passa a cena e provocar sensações que criem uma aproximação com os sentimentos dos personagens.

No caso do filme, isso acontece em certos diálogos. Os personagens do Matt Damon e Robin Willians têm algumas falas tão longas e sem cortes que me causaram certa estranheza quando assisti pela primeira vez. A cena do parque em que o psiquiatra (Willians) fala da mulher para o Will (Damon) é emocionante.
- Vale dizer que esse plano da cena não é, na verdade, um plano sequência, e sim um plano longo, pois a câmera fica sempre em close no personagem, não muda para outros planos, mas no caso estou tratando como sendo a mesma coisa, levando em consideração a duração dele.


Só descobri que era um tipo de recurso quando assisti 'A Eternidade e Um Dia', um filme grego de Theo Angelopoulos. Ele utilizou tanto esses planos que fiquei curioso e fui pesquisar sobre o diretor. Nesse filme, a intenção é que observemos as imagens com cuidado, que tenhamos tempo para pensar e entender o que se passa.



Já no 'Festim diabólico' (Rope), de Alfred Hitchcock, ele usa os planos o máximo possível, ou seja, até terminar o rolo de dez minutos. A impressão é de estarmos assistindo uma peça de teatro, que é de onde o filme se originou. Não sei a intenção dele, acredito que ele queria fazer uma coisa nova, além de demonstrar virtuosismo.


Outra coisa interessante no Good Will Hunting (eu não curto essas versões de títulos em português) é o fato dele ter sido escrito pelo Matt Damon e Ben Affleck, dois atores super jovens na época, que fizeram um belo dum roteiro.