segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Fundação Mirim de Presidente Prudente



Fiquei muito surpreso quando visitei a Fundação Mirim e conheci a estrutura do local. O ambiente é agradável e oferece todo o suporte necessário para que os mirins possam estudar e trabalhar tranquilamente.

Esse vídeo mostra o trabalho realizado pela Fundação ao longo de seus mais de 50 anos. Transporte, alimentação, estudos, carteira de trabalho, lazer, palestras e muito mais fazem dessa instituição ser uma das mais respeitadas e queridas da cidade.

A timelapse do início do vídeo foi feita com o firmware Magic Lantern para a Canon T2i; slow e fast motion com o plugin twixtor e coloração no magic bullet colorista, looks e mojo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

gente do bem




Filmado em Presidente Prudente durante o 'Festival Rosa dos Ventos 12 anos - Homenagem à Turma do Biribinha'.

O Rosa dos Ventos é um grupo de circo e teatro de rua que está na ativa há 12 anos, acumulando diversos prêmios em todo o Brasil.

A Turma do Biribinha é formado pelos palhaços Biribinha, Mixuruca e Mixaria. Biribinha têm mais de 50 anos de vida artística e foi condecorado como patrimônio vivo de Alagoas.

Inspirado nos vídeos de Philip Bloom.

Filmado com a Canon T2i. Edição: Premiere. Colorido no Magic Bullets Colorista, Looks e Mojo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

filme: Julie & Julia



Interrompemos a programação dos textos 'etapas de um filme' para uma crítica: Julie & Julia.

Fato: filmes sobre comida são geralmente bons, mudo, geralmente ótimos. Só consigo pensar em filmaços: 'Chocolate', 'A Festa de Babete', 'Simplesmente Martha' e 'Estômago' são os que me lembro agora. 'Julie & Julia' acaba de ser incluído nessa lista.

O filme é agradabilíssimo, desses que são feitos somente para você sentir prazer, em todos os sentidos. Os sons da comida, a cara que eles fazem ao experimentar um belo peixe, o colorido dos pratos, o prazer de cozinhar, o prazer de comer, o prazer de comer com quem você gosta...

A fotografia é belíssima, intercalando entre Paris de algumas décadas atrás e a Nova York atual, com uma mais que competente direção de arte. Falar sobre a Meryl Streep é chover no molhado. Só ela consegue passar de uma esnobérrima editora de moda no 'O Diabo Veste Prada' a uma desajeitada dona de casa com a mesma atuação impecável. Minha atriz favorita desde a pré-adolescência. Já a Amy Adams tem tudo para fazer muito sucesso nessa década. Ela possui um carisma encantador, vale a pena dar uma olhada nos seus outros filmes (espero que ela não fique só nas comédias românticas).

É isso, agora vou terminar de assistir. Duro é não ficar com fome.

domingo, 10 de abril de 2011

etapas de um filme: escolha da equipe

Terminado o roteiro daquela história que você tanto deseja contar, chega o momento de escolher a equipe técnica, se é que ela já não foi escolhida. Vale lembrar que as dicas que coloco aqui são de curta-metragens independentes, feitos com o apoio de pessoas que estão nessa por vontade de participar. A intenção é que esse tipo de experiência sirva como exercício cinematográfico e um material para todos utilizarem como portfólio. O apoio de parceiros também é fundamental, como a disponibilização de um espaço para ensaio e equipamentos.

Normalmente, nesse tipo de produção, o diretor acaba sendo também o produtor, porque ele é o maior interessado nisso tudo e não haverá retorno financeiro. Como o papel do produtor executivo é cuidar do $$ e o diretor de produção cuida da organização, o diretor acaba sendo o produtor. No meu caso, prefiro dividir essa função com outra pessoa que esteja muito envolvida no filme e que também participe de mais uma função técnica. Isso divide as responsabilidades, a organização é outra, melhora infinitamente o resultado final e o mérito é de todos. Não conseguiria colocar "um filme de" somente porque fui o diretor. O cinema é coletivo e ponto. Como tocar em uma banda.

A equipe se divide assim, podendo acumular-se funções (curta independente...):

Produtor: o cara que cuida do dinheiro, contatos e organização. No cinemão, o Produtor Executivo é o que toma conta do dinheiro e burocracia. O chefe de toda equipe, inclusive do diretor. O Diretor de Produção é aquele que cuida do cronograma, organização, logística e dá suporte para todas as equipes.

Diretor: o responsável pela obra. Irá supervisionar e dirigir toda a equipe técnica e artística até a cópia final.

Roteirista: cria a história e as narrativas da qual se realizará o filme.

Diretor de Fotografia: interpreta com imagens o roteiro, sob a orientação do diretor. Responsável pelo enquadramento, movimento de câmera e iluminação.

Diretor de Arte: define as características plástico-emocionais de cada cena e de cada personagem dentro do contexto geral, verificando as locações, texturas, cor e os efeitos visuais desejados junto ao diretor e o diretor de fotografia.

Técnico de Som: responsável pela gravação dos diálogos e demais sons a serem captados no set.

Editor/Montador: monta e estrutura o filme em sua forma definitiva, sob a orientação do diretor, a partir do material de imagem e som, usando seus recursos artísticos, técnicos e equipamentos específicos.

domingo, 3 de abril de 2011

etapas de um fime: roteiro (tratamento)

Depois que o roteiro é escrito, ele passa pelo que chamamos de tratamento. O tratamento é quando se faz a revisão deste, verificando quais mudanças poderão ocorrer. Normalmente, essa etapa é realizada junto com o diretor e o produtor executivo, podendo ser também feita com outros membros da equipe.

É comum haver vários tratamentos no roteiro (tranquilamente mais de 10) antes dele ficar definitivamente pronto. Mudam-se diálogos, cenas e personagens até a versão definitiva.

Alguns roteiristas enviam o roteiro para outros colegas de profissão, buscando a opinião e a sugestão de mudanças de alguém que, pelo fato de não estar envolvido com o projeto, possa contribuir com uma outra visão, sem o receio de tirar ou mudar aquelas cenas de tanta estima ou que deram tanto trabalho para o roteirista escrever. Esse tipo de assessoria é chamado de 'script doctor'.

quinta-feira, 31 de março de 2011

etapas de um filme: roteiro (parte 2)

Como escrevi no último post, há um formato padronizado de roteiro para que todos os envolvidos possam compreender o que será feito. No site 'roteiros de cinema' há diversos deles para tomarmos como exemplo.

O roteiro é separado por cenas, que descrevem todo o contexto em que se encontram os personagens no momento. Nas cenas, identificamos primeiramente o local, sempre dizendo se é uma cena externa ou interna; depois, escrevemos o que está acontecendo e, por fim, os diálogos, se houverem.

Ex:

Cena 01. Ext. Bar - dia

Sexta-feira pela tardezinha, os cinco amigos estão no bar minutos depois da educação física no colégio. Eles estão empolgados com a recém carta de motorista de um deles e decidindo o que vestir para a festa à fantasia do casarão, na mesma noite.
 
BRUNO 
(com voz animada)
           Hoje o bicho vai pegar! Já decidiram o que vão usar na festa?
 

RODRIGO
(acaba de tomar a tubaína e responde)
           Eu vou de Corvo, aquele do filme. Vou passar um pó de arroz na cara, pintar os olhos com lápis de maquiagem, vestir uma calça e camiseta preta e já era.

RENATA
(empolgada)
           Eu vou de espanhola. Minha tia tem um vestido lindo que eu sempre quis usar. Vai ser tão legal.

E por aí segue os diálogos e outras cenas.

Esse formato permite que toda a equipe (produção, direção, fotografia, arte, atores, som e edição) planeje como irão trabalhar.

Uma técnica que aprendi, ao escrever um roteiro, é deixar os diálogos por último. Antes, faz-se um emaranhado de idéias que podem ou não dar certo.

Primeiramente, é pensado o contexto de cada cena (externo, quarto, noite, fulano encontra ciclana...). Para essa etapa dá-se o nome de beat sheet.

Depois de feito isso no roteiro inteiro, vem o outline, que são todas as possibilidades de diálogos, um esboço livre de tudo o que pode acontecer.

Por último, finalmente, colocamos os diálogos. Eles ficam por último porque, assim, fluem mais naturalmente devido a todo o processo que foi feito. Já conhecemos melhor os personagens e podemos desenvolver diálogos mais interessantes.

Lembrando que essa técnica não é uma receita de bolo, vai de cada um achar a forma que se sente mais confortável para escrever.

quarta-feira, 30 de março de 2011

etapas de um filme: roteiro (parte 1)

O roteiro é a parte que considero a mais complicada de explicar. É muito pessoal. Cada um trabalha da forma que deseja.

Tive aulas com roteiristas que tratam o método como receita de bolo, o que não consigo concordar. O roteiro pronto, evidentemente, tem um padrão de visualização que todos os profissionais estão habituados. Mas a forma de se contar a história vai de cada um.

Por exemplo, me falaram que o roteiro tem um começo onde se apresentam os personagens e gera-se um conflito. Depois, desenvolve-se o conflito e por final vem a solução deste. Nessa história há o protagonista, que é o dono da agonia principal e o antagonista, que se opõe a essa agonia.
Eu digo que só é assim se você quiser que seja.

Se pensarmos, 90 por cento das produções são assim, mas há outros que não e são maravilhosos. O diretor/roteirista Mike Leigh é bom nisso. No filme 'All or Nothing' (Agora ou Nunca), todos são protagonistas que vivem em suas diferentes agonias que não terminam com o filme. Os conflitos não vão se desenvolvendo, eles sempre estão lá, do começo ao fim, sem necessariamente um ápice nem solução.

Há filmes que são irritantemente previsíveis. Vai tudo tão bem com os personagens, você dá uma olhada no visor do DVD e se passaram 40-50 minutos. Nessa você já percebe que algo de ruim vai acontecer. Os filmes bons não deixam essa sensação tão óbvia (estou falando de drama, nos outros gêneros eu deixo rolar e me divirto).

A história é sua, conte-a da forma que lhe convier. O que farei é dar algumas dicas de deixar o roteiro no formato padrão de leitura, para que todos os envolvidos possam compreender.

Fica para o próximo post porque este já está grande demais.

etapas de um filme: quero fazer um filme

Quando bate aquela vontade de contar uma história, de qualquer forma, a gente deixa a imaginação fluir e tomar o rumo que seja. Viagens, paisagens diversas, chuva, contatos de terceiro grau e outros enriquecem os livros e contos da nossa estante.

Porém, ao escrever um roteiro, evidentemente estamos limitados ao que está em nosso alcance, aquilo que realmente sabemos ser possível colocar na tela. O ruim é que temos sempre que fiscalizar nossas idéias, verificando se as cenas escritas são possíveis de filmar. O lado bom é que essa prática aguça ainda mais nossa imaginação, forçando-nos a ser o mais criativo possível com o que temos em mãos. Pessoalmente, os filmes mais simples são meus preferidos.

No meu caso, escolho as histórias realmente simples, com poucas locações e atores, por ser um trabalho independente. O que me fascina no simples é que é universal. Por mais diferentes que sejamos, algumas coisas temos em comum. São esses tipos de sentimentos que eu procuro quando penso em uma história para contar. Tenho que ver e falar: é isso, dá pra fazer!

domingo, 27 de março de 2011

colherzinhas

Eis o curta do texto anterior.

baseado na crônica de Moacyr Scliar


colherzinhas from André Yuzo Aoki on Vimeo.

roteiro, direção, fotografia e edição
andré aoki

produção, arte e assistência de direção
renata oshiro

assistente de fotografia e gaffer
eric ueite

atores
giovana galindo
marcelo zorzeto

câmera
canon t2i

programas de edição
premiere, after effects

plugins
colorista, looks e mojo

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

uma noite para recordar

O que me faz voltar agora foi a necessidade de escrever sobre esse processo de filmagem enquanto ainda estou com essa sensação fresca. Digo isso porque hoje foi o primeiro dia do curta que estamos produzindo.

Sempre li que o cinema é coletivo. Hoje percebi claramente o que isso significa.

Tive a idéia desse curta há algum tempo e essa semana ele finalmente saiu. Mas isso aconteceu graças à ajuda, vontade e disponibilidade de outros.

Provavelmente ele não teria saído do papel se não fosse uma amiga que cedeu a casa e foi uma fantástica produtora/assistente de direção/diretora de arte. Ela via coisas que sozinho nunca teria percebido ou conseguido. Seu primo me ajudou na fotografia, contribuindo para uma melhora bacana nas filmagens, além de me economizar um tempo precioso para organizar a iluminação. Os atores foram o motor disso tudo. Espero que eles gostem desse material tanto quanto eu.

Sem eles, a filmagem nunca aconteceria. Queria deixar isso registrado para eu sempre lembrar do valor de um trabalho de equipe (e dos amigos).